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A grande bolha chamada escola

  • Foto do escritor: lavinicastro
    lavinicastro
  • 25 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Prof. Ms. Lavini Castro

Para refletir sobre o posicionamento por uma educação antirracista, primeiro precisamos reconhecer a existência do racismo. Se quisermos tratar de uma educação que atenda a uma pedagogia pluriversal, decolonial com base em ações antirracistas precisamos falar de racismo. Entretanto a escola parece “uma bolha” mantendo um currículo conservador, ainda pautado em saberes da colonialidade, numa perspectiva epistemológica conservadora e eurocêntrica.

Nesse sentido, o que eu tenho chamado de “escola bolha” é a escola fechada em si mesma que se orienta exclusivamente pelos saberes pautados no racionalismo cientificista estruturado nos alicerces na modernidade.

É uma escola pronta para estourar! Porque fora/dentro dela transitam os problemas sócias que precisam ser evidenciados e trabalhados nas estratégias pedagógicas, contudo muitos de nós insistimos em não querer enxergar.

De acordo com Gomes (2013) o fato de não querer enxergar pode partir de um desconhecimento do pro­cesso histórico da luta dos movimentos negros por direitos e representatividade de seu grupo racial, mas poder estar vinculado ao fato dos professores desconhecerem a Lei 10.639/2003 e suas Diretrizes, ou porque mantêm um “conhecimento superficial delas, inclusive de resistên­cia, entendendo-as como imposição do Estado ou lei dos negros”.

Por isso é importante entender sobre epistemicídio. Epistemicidio significa a negação de conhecimentos produzidos fora da academia. Como por exemplo, negar o saber escolar, ou o conhecimento medicinal pindorâmico ou mesmo afro-brasileiro. Nesse sentido, todo conhecimento advindo de origem popular, com base no que tratamos como epistemicídio é diretamente rejeitado. A principal justificativa apresentada para rejeitar a diversidade de conhecimentos seria a falta de preocupação científica dos saberes forjados fora da academia.

E o que isso tem a ver com a escola “bolha”? A relação encontra-se no fato de ser a escola um espaço fechado não aberto às discussões das demandas sociais que só reproduz/informa um saber científico acadêmico.

O que a escola tem feito com maestria? Tem transmitido um conhecimento historicamente acumulado, tem preparado para o mercado de trabalho, é uma escola de perfil cursinho de “Vestibular/Enem” sua lógica se insere na episteme neoliberal, conforme analisa Brito (2018)

Infelizmente a racionalidade científica não modifica a imagem estereotipada de grupos historicamente atravessados pela violência da colonização e do racismo. A escola precisa ser pé no chão. Precisamos estourar a bolha. Entendemos os limites da escola, ela não resolverá tudo sozinha, mas é na escola que podemos dar o start inicial para discutir muitos de nossos problemas sociais como os problemas referentes às questões raciais.

Referencial Bibliográfico

Brito, Eliana Póvoas Pereira Estrela. O currículo do ensino médio baiano: entre a formação integral e a valorização das diferenças. Currículo sem fronteiras, v.18, n.3, p. 1003-1024, ste/dez. 2018.

GOMES, N. L.; JESUS, R. E. de. As práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais na escola na perspectiva de Lei 10.639/2003: desafios para a política educacional e indagações para a pesquisa Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 47, p. 19-33, jan./mar. 2013. Editora UFPR

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